SZ:O Speed Zine fez três anos qual sua opinião ?
r : Carlos: É bem legal veículos como o Speed Zine durarem assim, pois eles são um ótimo meio de divulgação para as bandas independentes. Além de ser difícil manter essas publicações.Valmir: Só tenho a parabenizar, agradecer a oportunidade e sua existência e ajudar de alguma forma para que continue por muitos e muitos anos!
SZ:Qual é a formação atual?
r : Eu, Carlos Fazano na guitarra e vocal e o Valmir Binder na bateria e vozes. Estamos contando com o Thiago Bergoci no baixo como músico contratado.
SZ:Quais as influencias de cada integrante?
r: Carlos: Oasis, Sex Pistols, Stone Roses, The Who, Coldplay, The Verve, Beatles, Stones, Stooges.Valmir: Beatles, KISS, The Who, Metallica, Camisa de Vênus, Titãs.
SZ:Qual a maior influencia da banda apenas uma?
r: Oasis
SZ:Defina o que é uma banda ?
r: Carlos: Banda é como um emprego. Você tem que investir grana em ensaios, gravações, divulgação, etc. É como montar uma empresa e ter que tocar pra frente, enfrentando muitas dificuldades. Mas por outro lado tocar numa banda é a melhor coisa do mundo. O problema é que a maioria dos músicos só querem a diversão e esquecem que é preciso trabalho para uma banda tentar chegar em algum lugar.Valmir: Eu diria que é como um casamento, ou qualquer outro relacionamento entre pessoas com pontos em comum, ou como o Carlos disse, como uma empresa. À partir do momento em que você entra numa banda e perceba que os demais integrantes levam à sério, você tem duas opções: assume ou some. As dificuldades, os gastos, os ensaios são recompensados quando subimos no palco e temos a resposta do público. É demais!
SZ:Como se sustenta a banda no mercado nacional?R: Somos totalmente independentes. Corremos atrás de shows e tudo mais por nossa conta. Participamos de programas de TV de internet, rádios comunitárias, etc. Nos mantemos num meio Indie por assim dizer. Agora estamos com a ajuda do Marcelo Dantas que está sendo nosso Manager e pretendemos am ampliar mais ainda os contatos da banda.
SZ:Comente a cena independente do Brasil?
r: Eu acho uma cena muito desconexa. Falta um movimento aglutinador que faça as bandas se unirem num movimento só, como foi o Brit-pop nos anos 90 e outros movimentos que surgiram no passado, aqui e lá fora. Se algo assim surgisse, todas as bandas, organizadores de festivais, promoters do bares, todos, ganhariam muito mais força.
SZ:Como será o mercado musical daqui a 10 anos?
r : A tendência é ele ficar cada vez mais virtual. As gravadoras vão ter que repensar seus meios com o advento do Ipod, mp3 player e downloads na internet.
SZ:O que é preciso para ter sucesso?
r: Persistência, merecimento. Sorte. Estar nos lugares certos, nas horas certas, encontrar pessoas dispostas a sair do anonimato e que joguem pro time.
SZ: Quais os projetos para 2007?
r: Carlos: Estou compondo bastante músicas novas. Devemos começar a ensaiar repertório novo em breve para apresentarmos em shows e gravar.Valmir: E claro, fazer muitos e muitos shows!
SZ: O Rock ainda é uma filosofia de vida ou está manipulado pela midia? Como você vê o Rock nacional?
r: Carlos: O Rock está sendo feito, no mainstream, por pessoas que vem de classe alta. Perdeu aquela rebeldia de classe trabalhadora, de gente querendo mudar valores, mudar sua vida através do Rock. As bandas hoje em dia estão sem carisma, se repetindo, tocando por tocar. O Rock está politicamente correto demais e as pessoas se esqueceram que o Rock é uma música rebelde. O mundo, o Brasil então, está cheio de problemas, que poderiam ser apontados pelo Rock, mas ao contrário, parece que vivemos num mar de rosas. Precisamos de ídolos que façam o Rock ser o que sempre foi.
SZ:Qual o futuro do Rock?
r: Carlos: Se continuar como está, não vejo muito futuro.Valmir: Se abrirem os olhos e darem ouvidos ao que o underground têm a dizer, é possível uma “reciclagem”. Mas do jeito que está, bandas se copiando sem mostrar novidades, não há muito oque fazer.
SZ: Onde tocaram e qual foi a reação do publico?
r: Carlos: Tocamos no Rockfest e tivemos uma recepção maravilhosa do público. Uma das nossas melhores platéias. Queremos voltar em breve. Tocamos com tesão, amamos o que fazemos e quando o público é receptivo há algo assim, o show vira um momento mágico.Valmir: O Carlos se referiu apenas à Catanduva, onde sem dúvida a resposta do público foi algo maravilho, mas também tivemos ótimo retorno em vários lugares, como no Rio de Janeiro (Saloon 79), Guarulhos e várias casas da capital paulista.
SZ: Porque Superphonia?
r: A banda inicialmente tinha o nome de Supernova. Porém, havia outra banda com o mesmo nome e tivemos que mudar. Assim como existe o som “mono” (monophonia), o “stereo” (stereophonia), porque não o Superphonia?
SZ: Deixe alguma mensagem para quem esta formando ou pensando em formar uma banda de rock?
r: Carlos: Se você quer chegar em algum lugar, é preciso muito trabalho, muito ensaio, muita determinação, se envolva com pessoas que tem vontade, crie um som legal.Valmir: faça algo diferente, NOVO.Não desista, pois o que você mais vai encontrar são dificuldades. Dificuldades essas, que quando superadas, te fazem crescer.Então, lute, vá em frente. Vasculhe a vide de seus ídolos. Descubra os ídolos de seus ídolos. Com exceção de raros e contestáveis exemplos, todos começaram do ZERO.
SZ: Considerações finais .
r: Um grande abraço ao pessoal de Catanduva que esteve no nosso show aí e que fez esse ser um momento especial para nós. Foi um prazer.
E-Mail :
SZ: Diga algo a Catanduva.
R: Adoramos a cidade, adoramos o público. E continuem apoiando as bandas de Rock!
SZ: Esta foi a primeira vez que tocou no Rock Fest. Qual sua opinião?
R: Carlos: Foi um dos nossos melhores shows. Bem organizado. Valmir: Maravilhoso. Valeu à pena esperar. Assim como quando tocamos no RJ, saímos de São Paulo com a única certeza de subir no palco e dar o nosso melhor. O retorno do público foi bárbaro.
SZ: Gostaria de voltar para tocar em Catanduva na Estação Cultura no evento de nome Estação Alternativa?
R: Carlos: Com o maior prazer.Valmir: Não só nesse evento, como em muitos outros onde houver oportunidade!
S.Z.
Fernando Caravalho