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| 🎸 Riffs e Solos: Os Guitarristas que Definiram o Som do Rock |
Speed Zine - Edição Especial
Ao longo da história do rock, muitos foram os vocalistas que brilharam sob os holofotes, mas é impossível ignorar os verdadeiros escultores do som: os guitarristas. São eles que moldaram a identidade de cada subgênero, seja pelo peso dos riffs, pela complexidade dos solos, ou pela crueza de uma distorção bem dosada.
De três acordes barulhentos a sinfonias complexas em seis cordas, essa é uma jornada através das mãos, corações e mentes que definiram o som do rock. Prepare-se: esse é um tributo aos criadores de atmosferas, aos donos dos palcos e aos mestres do timbre.
Quando Chuck Berry tocou "Johnny B. Goode", ele não apenas lançou uma música: ele desenhou o DNA do rock. Aqueles riffs curtos e incendiários moldaram tudo o que viria depois — do blues elétrico ao punk.
Logo depois, surgiria Keith Richards, dos Rolling Stones, que com "Satisfaction" mostrou que menos é mais. Um riff de três notas mudou o rumo da guitarra e provou que a repetição com atitude vale mais que mil escalas.
E então veio ele: Tony Iommi, do Black Sabbath. O homem que, mesmo com partes dos dedos amputadas, criou a espinha dorsal do heavy metal. Seu riff em "Iron Man" ecoa até hoje em cada banda que afina o instrumento para soar mais grave, mais sujo e mais sombrio.
Um bom riff entra na mente como um mantra. Um solo épico, por outro lado, arrebata a alma. Pense em "Comfortably Numb", do David Gilmour. Aquela guitarra não apenas toca — ela fala. Cada nota tem emoção, cada vibrato tem intenção.
Ou então "Stairway to Heaven", de Jimmy Page. Aqui não se trata de velocidade, mas de construção, de narrativa. É como um conto de fadas sombrio contado em seis cordas.
Já no extremo oposto, temos Eddie Van Halen, que com "Eruption" jogou a técnica da guitarra em outra galáxia. Tapping, harmônicos, alavancas, distorções... tudo em uma explosão controlada. Van Halen não tocava guitarra — ele explodia ela.
A guitarra é uma voz. E como toda voz, cada guitarrista tem seu sotaque, sua expressão. Jimi Hendrix não era apenas inovador: ele era um feiticeiro. Misturava feedback com alma, fuzz com espiritualidade. Em suas mãos, a guitarra não era um instrumento — era uma extensão da consciência.
Tom Morello, do Rage Against the Machine, usou pedais, alavancas e distorções para transformar a guitarra em algo próximo da música eletrônica — mas com discurso político afiado como lâmina.
Dimebag Darrell, do Pantera, transformou o peso em virtude. Seus solos com whammy bar e timbres saturados são a espinha dorsal do groove metal até hoje.
E não podemos esquecer dos mestres do feeling. Mark Knopfler, do Dire Straits, usava os dedos em vez de palheta e tocava com uma suavidade que desafiava o peso da guitarra elétrica. Já Brian May, do Queen, construiu seu timbre icônico com uma moeda no lugar da palheta e uma guitarra feita à mão junto ao pai.
Alguns guitarristas mudaram não só o som, mas a forma de pensar o rock.
Kurt Cobain simplificou tudo. Seus riffs crus e letras íntimas tiraram o rock do pedestal técnico e o colocaram de volta nas mãos dos jovens.
Tommy Iommi mostrou que a limitação física pode virar estilo.
Slash devolveu o glamour à guitarra nos anos 80, enquanto Zakk Wylde a mantinha brutal.
John Frusciante, dos Chili Peppers, levou o minimalismo ao emocional, enquanto Omar Rodríguez-López, do Mars Volta, levou a improvisação ao limite do psicodélico.
Se você acha que o legado da guitarra parou nos anos 90, está muito enganado.
Mateus Asato (Brasil) é um fenômeno mundial da guitarra instrumental, levando técnica, emoção e melodia para os palcos e redes sociais.
Nita Strauss (Alice Cooper/Demi Lovato) prova que a guitarra virtuosa não tem gênero nem fronteiras.
Tim Henson, da banda Polyphia, está reinventando a linguagem da guitarra para a geração pós-YouTube: harmonia avançada, licks que parecem batidas de hip hop, e uma estética quase futurista.
Num mundo dominado por beats eletrônicos, muitos dizem que a guitarra perdeu espaço. Mas eles estão errados.
A guitarra não precisa estar nas paradas para estar viva. Ela pulsa em estúdios independentes, vídeos caseiros, gravações cruas, bandas de garagem, festivais alternativos. Ela inspira, conecta e explode emoções em um só acorde.
Enquanto houver dor, amor, raiva e beleza para serem expressos, alguém vai ligar um amplificador e gritar com os dedos.
O som do rock não existe sem seus guitarristas. Eles são o coração rítmico, a espinha melódica e o grito libertador que ecoa entre gerações. Cada um, com seu estilo, técnica e alma, construiu algo eterno.
Então, da Les Paul de Jimmy Page à Stratocaster de Hendrix, da guitarra feita à mão de Brian May ao equipamento digital de Tim Henson — os riffs e solos não apenas definiram o rock. Eles o mantêm vivo.
E se você ouvir com atenção, ainda dá pra escutar o som de uma palheta riscando cordas em alguma garagem por aí.
O Rock Não Morre. Ele Só Está Ensaiando.
Texto por: Mestre Fernando Carvalho para Speed Zine 2025
Edição Especial: Guitarristas Eternos