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A Conturbada Saída de Steve Souza do Testament:

 



O Que Eric Peterson Tem a Dizer

Poucos momentos na história do thrash metal foram tão dramáticos quanto a saída de Steve "Zetro" Souza do Testament nos anos 80. Enquanto o Testament se preparava para se consolidar como uma das maiores forças do thrash metal mundial, conflitos internos quase comprometeram o futuro da banda. Décadas depois, Eric Peterson, guitarrista e membro fundador do grupo, finalmente abriu o jogo sobre os bastidores dessa transição turbulenta.


O Início de Tudo

Antes de Chuck Billy assumir o microfone e se tornar a voz definitiva do Testament, Steve Souza era o frontman da banda, ainda sob o nome Legacy. Souza, que viria a ganhar fama no Exodus, já tinha uma presença de palco explosiva e era considerado um pilar da formação inicial.

Em uma entrevista recente, Eric Peterson relembrou essa fase:
"Steve era incrível no palco. Ele tinha aquela energia punk que complementava o som mais técnico e pesado que estávamos desenvolvendo. Mas, por trás das cortinas, as coisas eram bem diferentes."


Conflitos e Divergências

De acordo com Peterson, a saída de Souza não foi planejada, mas inevitável. A tensão dentro da banda começou a crescer à medida que o Testament atraía mais atenção da cena thrash emergente em São Francisco.

"Steve queria um som mais direto, enquanto o resto de nós estava indo para algo mais técnico e elaborado. Ele era ótimo, mas tínhamos visões diferentes sobre a direção que a banda deveria seguir," disse Peterson.

Além disso, questões pessoais também começaram a pesar. Peterson revelou que havia desentendimentos sobre prioridades e compromissos com a banda:
"Estávamos dedicando tudo ao Legacy, mas às vezes parecia que Steve não estava 100% focado. Isso criou atritos que foram difíceis de superar."


A Transição para Chuck Billy

A decisão de substituir Souza foi um momento crítico. Peterson descreveu como a banda encontrou Chuck Billy:
"Quando conhecemos Chuck, foi como uma tempestade perfeita. Ele tinha aquele tom mais grave e uma presença avassaladora que combinava com a direção que queríamos seguir. Não foi fácil tomar a decisão, mas sentimos que era o necessário para a sobrevivência da banda."

O álbum de estreia do Testament, The Legacy (1987), com Chuck Billy nos vocais, provou que a mudança foi acertada. O disco não apenas lançou a banda no cenário internacional, mas também solidificou seu lugar no Big 8 do thrash metal.


O Lado de Souza

Steve Souza raramente comenta sobre sua saída do Testament, mas, em uma entrevista ao Decibel Magazine, ele reconheceu que havia diferenças criativas:
"Eles estavam em um caminho diferente, e tudo bem. Eu encontrei meu lugar no Exodus e nunca olhei para trás com ressentimento."

Hoje, Souza e os membros do Testament mantêm uma relação cordial, mas o impacto de sua saída ainda é um ponto de curiosidade para os fãs.


Lições da História

A saída de Steve Souza do Testament foi um divisor de águas, não apenas para a banda, mas também para o próprio Souza, que encontrou no Exodus um lar permanente. Para Eric Peterson, o momento foi doloroso, mas necessário:
"Essas decisões nunca são fáceis, mas o que importa é o que você constrói depois. Para nós, foi uma questão de encontrar a melhor forma de continuar criando música que amamos."


O Legado do Thrash Metal

A história do Testament e de Steve Souza é um lembrete de que o thrash metal sempre foi moldado por mudanças e conflitos. As bandas que sobrevivem a essas tempestades são aquelas que encontram formas de crescer com elas.

Hoje, tanto o Testament quanto o Exodus são ícones indiscutíveis do gênero, mostrando que, mesmo quando os caminhos divergem, a música continua sendo a força unificadora que mantém o thrash metal vivo.

O passado pode ser conturbado, mas é no presente que o metal se mantém imortal

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