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🎸 Black Sabbath se Despede em Birmingham com Show Histórico e Ingressos Esgotados em 16 Minutos

 

🎸 Black Sabbath se Despede em Birmingham com Show Histórico e Ingressos Esgotados em 16 Minutos

✍️ Por Mestre Fernando Carvalho | Speed Zine

“Começamos aqui, e vamos terminar aqui. O ciclo precisa fechar.”
— Tony Iommi, ao anunciar o último show do Black Sabbath


Birmingham, 5 de julho de 2025 — O céu sobre a terra natal do metal estava carregado, não de nuvens, mas de história. Cada esquina da cidade parecia pulsar ao som abafado de riffs distantes. Era como se os prédios respirassem sabbathianos — e respiravam mesmo. Não era um dia qualquer. Era o fim de uma era. E quando os primeiros acordes de “War Pigs” ecoaram pelo estádio Villa Park, mais de 40 mil pessoas sabiam que estavam vivendo um daqueles momentos que não se repetem — mesmo que todos ainda sonhem que sim.

A Corrida por Ingressos: Uma Última Procissão Metálica

Os ingressos evaporaram em 16 minutos. Um recorde de ansiedade coletiva. Filas digitais travaram servidores. Tinha gente na fila com a camiseta do Vol. 4, outra com o logo do 13, outras apenas em silêncio, segurando lágrimas como se fosse um velório. Mas esse velório tinha som de Marshall no talo.

E não era para menos: Ozzy, Iommi, Geezer e Bill Ward reunidos novamente, pela primeira vez em décadas. Era mais que um show. Era um ritual. Uma despedida com honras, suor e alma amplificada.

A Noite dos Gigantes

Mas o Sabbath não estava sozinho. O palco girava como se fosse uma mandala elétrica. Metallica, Pantera, Alice in Chains, Gojira, Lamb of God, Mastodon — uma constelação de titãs fazendo reverência ao pai fundador. Entre cada troca de banda, o público não dispersava. Era como se ninguém ousasse piscar.

Tom Morello, responsável pela direção musical da noite, costurou uma narrativa sonora onde clássicos e homenagens se entrelaçavam como solos em um disco conceitual. Cada banda tocou uma música própria e outra do Sabbath, reinventando riffs imortais com respeito e ousadia.


Uma Cidade, Um Símbolo, Um Último Grito

Nas ruas de Birmingham, desde cedo, música, cerveja e memória se misturavam. Um mural na Navigation Street retratava os quatro fundadores com olhos flamejantes e guitarras como cetros. As pessoas tiravam fotos, faziam tatuagens na hora, contavam histórias. Um pai com o filho nos ombros dizia: “Meu pai me mostrou Sabbath, agora é minha vez de te mostrar como tudo começou.”

A exposição “Ozzy Osbourne: Working Class Hero” lotava o Birmingham Museum & Art Gallery. Lá, podia-se ver as primeiras letras rabiscadas de “Paranoid”, o crucifixo original de Ozzy, as baquetas de Ward e, claro, os dedos artificiais de Iommi — símbolo máximo de superação e identidade sonora.


Quando o Tempo Para — E o Riff Continua

Às 22h47, após a última nota de “Children of the Grave”, Ozzy ajoelhou-se no palco, sem dizer nada. Apenas abriu os braços, como quem diz: “Foi por vocês.” A plateia entendeu. Ninguém gritou, ninguém chorou alto. Houve apenas um segundo de silêncio ensurdecedor. E então, uma explosão: gritos, palmas, riffs que ecoavam na garganta de cada fã.

“Esse foi o último show do Sabbath. Mas o Sabbath não termina aqui. Ele só volta para o subsolo, para onde tudo começou.”
— Geezer Butler, nos bastidores


O Fim? Ou Só Mais Um Capítulo?

Eles dizem que foi o último. Mas quem realmente acredita que o rock segue regras? O Black Sabbath pode ter encerrado o ciclo. Mas o que se viveu em Birmingham não é fim — é semente. Semente de milhares de bandas, fanzines (como este), colecionadores, ouvintes apaixonados.

Eles voltaram para casa. E nos lembraram que o heavy metal não é moda: é sobrevivência.

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