🎨 Ozzy “A Escuridão Também É Estilo de Vida”
✍️ Por Mestre Fernando Carvalho | Speed Zine
“Minha música sempre mexeu com as sombras da alma. Agora, vão levar um pedaço disso no rosto.”
— Ozzy Osbourne, Camden Town, 1º de julho de 2025
Londres, 1º de julho de 2025 — Quando o Príncipe das Trevas anuncia um lançamento, até a mais pálida das almas acaba sob holofotes. E, naquela tarde chuvosa em Camden Town, Ozzy Osbourne provou que, para travessuras, muito além do palco, ele entende mesmo é de estilo — ou, melhor dizendo, “goth style”.
A Beleza do Abismo
Em meio a becos grafitados e pubs cheios de histórias de rock, a fachada da Jolie Beauty se transformou num altar sombrio: luzes roxas, velas pretas, e um enorme letreiro em néon que piscava “OZZY × JOLIE”. Fãs de todas as idades se amontoavam na calçada, não para ouvir riffs, mas para garantir um batom “Blood Moon” ou uma sombra “Eternal Eclipse”. Pela primeira vez, vi muita gente comprando paleta antes de vinil — e não era pra maquiar fã de pop: era fã de rock.
Nos Bastidores da Treva
Dentro da loja, corredores abarrotados de frascos pretos com toques metálicos exibiam batons, delineadores, sombras e até um “Highlighter Banshee” — tudo com nomes que soavam como títulos de faixas inéditas. Ozzy, com sua jaqueta de couro cravejada de spikes, circulava cumprimentando fãs, posando para fotos e rindo com um entusiasmo contagiante.
“Isso aqui é arte”, disse ele, acariciando um frasco. “É a mesma rebeldia das minhas músicas — mas agora, vocês colocam no rosto, no olhar.”
O Preto Que Ganha Vida
A maquiagem gótica de Ozzy mergulha fundo na iconografia do rock pesado. O batom “Blood Moon” é cremoso, quase líquido, e tem um acabamento tão opaco que parece absorver a luz. A sombra “Eternal Eclipse” mistura pigmentos violeta e cinza-chumbo, criando um efeito tridimensional, como se houvesse um redemoinho de sombras no canto dos olhos.
Na sessão de demonstração, maquiadores usavam pincéis para traçar linhas dramáticas, fazendo esfumados que evocavam solos de guitarra: leves incursões de cor que explodem em intensidade. A cada traço, o público murmurava: “Parece um solo de ‘No More Tears’ pintado no rosto.”
A Filosofia das Sombras
Não se trata apenas de estética: é manifesto. Em entrevista à Gothic Quarterly, Ozzy explicou a motivação:
“Sempre cantei sobre escuridão, sobre o que a gente esconde dentro. Com essa maquiagem, a gente não tapa nada — a gente exibe, celebra. A maquiagem gótica é um grito visual de liberdade. Se a escuridão é parte de você, que ela seja vista.”
E, naquele instante, a fronteira entre o artista e o fã se dissolveu. Cada pessoa na loja não era apenas consumidora: era uma coautora desse manifesto estético.
A Reação dos Fãs
Fãs formavam filas sinuosas, segurando cartões de crédito e pôsteres autografados. Alguns confessavam que nunca haviam usado batom antes, mas, para Ozzy, quebrar regras era rotina. Uma jovem tatuada nos braços disse:
“Uso maquiagem para expressar minha alma. E ver o Ozzy dizendo ‘use a escuridão’ é como receber autorização para ser eu mesma, sem filtros.”
Ao entardecer, as luzes de Camden pareciam ganhar mais vida, como se estivessem participando de um videoclipe. As pessoas saíam da loja com sacolinhas pretas, como se carregassem pequenos amuletos de um culto de beleza rock’n’roll.
O Rock na Veia do Consumo
Mais do que maquiagem, era um encontro de culturas: rock e beleza, brutalidade e delicadeza, suor de show e pó pigmentado. A parceria Ozzy × Jolie Beauty provou que o rock é um estilo de vida que ultrapassa acordes e microfones — invade as ruas, as vitrines e, agora, os nossos rostos.
Enquanto as gotas de chuva escorriam nas luzes de neon, Camden testemunhou mais um capítulo dessa receita eterna do rock: misturar rebeldia com elegância sombria. E, se alguém ousar perguntar o que é o verdadeiro estilo de vida, basta apontar o pincel num rosto recém-pintado e responder em coro:
“A escuridão também é meu lugar ao sol.”

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